segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bomba-relógio

Me dá um abraço,
mas bem demorado.
Tem tanta poesia aqui dentro
- guardada no peito -
que meu coração tá apertado.

Me dá um sorriso;
e me deixa deixar
esse sentimento todo sair
pra te encontrar.
É só o que eu preciso
pra não explodir.

Pra não desandar.

-----------------------------

Um abraço faz bem pra caramba, e todo mundo sabe disso. Ponto. Ainda mais o abraço de quem a gente deixou tornar-se essencial.
Mesmo assim, independente de quem seja, abraça alguém hoje, se rolar a oportunidade. Não custa nada e o resultado é sempre positivo! E tu nunca saberás quando tu podes estar precisando de um, também...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Viola

Roço os dedos em teu braço,
te agarro firme pela cintura.
E tu sussurras, com ternura
a cada carícia que te faço.

Fazer música é como fazer amor:
é arrepio na espinha, o pêlo eriçado.
E acima de tudo,
é um tesão arrebatador.

----------------------------------

Não coloquemos proporções em jogo, claro. Aliás, melhor nem comentar nada. Interpretações (e conclusões) ficam a cargo do leitor.

Conclusão

Dissociar amor e dor
é como fazer sem musa uma poesia.
Não tem rima.
Não tem cor.
Não tem serventia.

-------------------------------------------

E a gente segue amando, porque não vive sem isso! É uma das coisas que tornam tudo tão real, eu acho. Nas sábias palavras de Camões: "Amor é um fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente / É um contentamento descontente / É dor que desatina sem doer".
Tira a gente dos eixos e põe de volta de novo. E faz com que a gente viva nossa vida mais intensamente, mesmo quando dói.
E falando em dor, ah quanta saudade...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ode à preguiça

Parece até transmutação,
mas a vontade de ficar na cama,
de chutar longe o despertador que chama,
virou vontade e fez-se ação.
-Mas a verdade é-
que bem melhor que estar correndo
é pensar na vida enquanto segue chovendo;
e deixar a obrigação pra outra hora
ou praquele povo que se amontoa lá fora.


------------------------------------------

Poeminha reciclado, que recordar é viver. Até tenho coisas novas pra colocar aqui, mas esse sem dúvida descreve bem os últimos dias. Bah, que fecha o tempo e o vivente fica numa falta de vontade que chega dar nojo. E eu que não tinha nada contra dia cinza, hehehe...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Whiskey n' Blues

É um brinquedo solitário
esse tilintar do gelo contra o vidro.
É uma garrafa a menos no armário.
É uma preocupação a menos com o tempo que foi perdido.

Esquentar a cabeça não tá com nada;
ninguém recolhe a carta que já foi jogada.
O lance é relaxar enquanto o mundo se explode;
por isso aumenta esse som e deixa o blues rolar, bróder.

------------------------------------------------

Verdade seja dita: nada como um bom som (ou um bom violão) pra desopilar as idéias. Às vezes a melhor coisa a fazer é esquecer um pouco de tudo e dar férias pra cabeça, dando trabalho é pros ouvidos. Não digo que se deva largar mão de tudo, muito pelo contrário. Mas entre pensamentos sérios, um pouco de descompromisso pra sedimentar as idéias não cai nada mal...

domingo, 3 de outubro de 2010

Trago
uma ébria sensação de que algo está errado.
Tomo
as rédeas da situação enquanto tudo parece embaçado.
Bebo,
porque tá parecendo que a alegria se liquefez
E vivo
levando um fim de semana de cada vez.
Ando,
aliás ando enquanto ainda posso.

Bah velho, pára de ler isso e me dá mais um gole desse troço!

------------------------------------------------

Nada como um tragoléu de vez em quando pra resetar a cabeça! Fim de semana de sol, eleição pra gente rir um pouco da situação e fazer de conta que (não) se importa. Há dias sem um bom mate, mas de que importa, se a cerveja tá gelada e a galera reunida? Bom demais ver o pessoal de uns tempos atrás! Bota o humor da gente nos eixos, mesmo...