segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Madrugada

Uma noite acordado,
um blues na viola,
uma incerteza no peito.

Ah, se o tempo voltasse,
e a gente apagasse
tudo o que não devia ter feito.

A alvorada há de chegar
e o sono, se me encontrar,
há de me fazer
- louco -
pensar direito.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tum-tum

Bate, coração.
Bate.
Antes que eu bata a cabeça,
e esqueça
que ser feliz é bem mais.
Que ser feliz é achar diariamente
um modo diferente
de te fazer bater.

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Nada como uma caneta e um bloquinho na hora certa. Às vezes um versinho vem à cabeça e não tem como anotar. E nada é mais fugaz que uma rima.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bomba-relógio

Me dá um abraço,
mas bem demorado.
Tem tanta poesia aqui dentro
- guardada no peito -
que meu coração tá apertado.

Me dá um sorriso;
e me deixa deixar
esse sentimento todo sair
pra te encontrar.
É só o que eu preciso
pra não explodir.

Pra não desandar.

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Um abraço faz bem pra caramba, e todo mundo sabe disso. Ponto. Ainda mais o abraço de quem a gente deixou tornar-se essencial.
Mesmo assim, independente de quem seja, abraça alguém hoje, se rolar a oportunidade. Não custa nada e o resultado é sempre positivo! E tu nunca saberás quando tu podes estar precisando de um, também...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Viola

Roço os dedos em teu braço,
te agarro firme pela cintura.
E tu sussurras, com ternura
a cada carícia que te faço.

Fazer música é como fazer amor:
é arrepio na espinha, o pêlo eriçado.
E acima de tudo,
é um tesão arrebatador.

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Não coloquemos proporções em jogo, claro. Aliás, melhor nem comentar nada. Interpretações (e conclusões) ficam a cargo do leitor.

Conclusão

Dissociar amor e dor
é como fazer sem musa uma poesia.
Não tem rima.
Não tem cor.
Não tem serventia.

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E a gente segue amando, porque não vive sem isso! É uma das coisas que tornam tudo tão real, eu acho. Nas sábias palavras de Camões: "Amor é um fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente / É um contentamento descontente / É dor que desatina sem doer".
Tira a gente dos eixos e põe de volta de novo. E faz com que a gente viva nossa vida mais intensamente, mesmo quando dói.
E falando em dor, ah quanta saudade...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ode à preguiça

Parece até transmutação,
mas a vontade de ficar na cama,
de chutar longe o despertador que chama,
virou vontade e fez-se ação.
-Mas a verdade é-
que bem melhor que estar correndo
é pensar na vida enquanto segue chovendo;
e deixar a obrigação pra outra hora
ou praquele povo que se amontoa lá fora.


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Poeminha reciclado, que recordar é viver. Até tenho coisas novas pra colocar aqui, mas esse sem dúvida descreve bem os últimos dias. Bah, que fecha o tempo e o vivente fica numa falta de vontade que chega dar nojo. E eu que não tinha nada contra dia cinza, hehehe...