domingo, 26 de setembro de 2010

Velha companheira

Ah, saudade
companheira amarga
como o mate, que solito sorvo
e que enche meu peito, sem aprovo
com pesares sem necessidade.

Não procede, na verdade
ser saudoso com tristeza.
A saudade, com certeza
é a lembrança do que é perfeito
e a promessa de que, do mesmo jeito
tudo será bom de novo.

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Um chimarrão debaixo de uma árvore lava a alma. Não que eu acredite que o mate tenha alguma propriedade em particular, mas o simples fato de parar e não pensar em nada por um momento, enquanto a cuia esvazia, faz muito pela gente.
O friozinho (quem sabe um dos últimos do ano) deu uma ajuda, também. Me deixa calmo e otimista.
É bom o hábito de parar um pouco e tentar pôr ordem na casa. Reciclar idéias. Repensar e renovar atitudes. É tão bom, que a cabeça relaxa e até uns versos começam a aparecer, de novo.

Já não era sem tempo, mais uma vez.

A saudade tá aí, martelando no peito como sempre. A gente meio que se acostuma com ela, e deixa de ouvir tanta coisa boa que ela tem pra ensinar. Saudades de uma risada, de um amigo, de um lugar, de um carinho, do melhor carinho... são na verdade uma coisa feliz. Um sinal de que faz falta, porque é bom. De que vale a pena cultivar.

Como a saudade de escrever poesia.

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